Rua Dona Zulmira

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Zulmira Pereira da Silva (Guanhães-MG, 27 de setembro de 1889 – Governador Valadares-MG, 16 de outubro de 1971) ficou conhecida por sua ajuda aos pobres e doentes, ganhando alcunhas como Mãe Preta, Mãe dos Pobres e o Anjo da Caridade.

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Sua infância é pouco conhecida. Sabe-se que, perto dos 40 anos, mudou-se de Guanhães para trabalhar numa fazenda em Baixo Guandu, Espírito Santo.

A fim de trabalhar e tentar melhorar a vida, por volta de 1933 Zulmira chega à cidade de Governador Valadares. Foi morar em uma pensão, o dinheiro acabou, e ela continuou morando lá, pagando sua estadia como empregada do estabelecimento.

Em determinado momento, Zulmira passava pelas ruas do entorno do Mercado Municipal, quando uma senhora, muito doente, suplicou para que a Zulmira a levasse para casa, apenas para que pudesse morrer em paz. Este episódio acendeu nela a luz da caridade. Daí por diante, Zulmira foi recolhendo mendigos, crianças, pobres e todos os que precisavam de abrigo e ajuda.

A atitude tomou proporções enormes. Zulmira chegou a atender cerca de 300 pessoas em uma casa simples de 4 cômodos, posteriormente ampliada para receber todos. A sociedade e as autoridades começaram a ajudá-la com doações. Até mesmo a polícia tinha uma relação amigável com Zulmira, que recebia e ajudava inclusive presos e condenados.

Em um tempo onde o acesso à saúde pública não era tão difundido como hoje, sua casa tornou-se uma espécie de hospital para os desvalidos. Doentes recebiam tratamento, gestantes tinham seus nenéns, algumas inclusive os deixavam por lá para serem futuramente adotados. Até mesmo pessoas muito doente apenas procuravam um lugar digno para morrer. Com ajuda de doações, Zulmira conseguiu um local para a construção do novo lar para atender ainda mais pessoas necessitadas.

Em seu velório, Zulmira recebeu a mais que merecida última homenagem. Foi velada por seu povo, por quem sempre fora aclamada como Mãe dos Pobres, Mãe Preta, Mãe Zulmira. Seu corpo foi conduzido por carro do Corpo de Bombeiros. O comércio da cidade fechou por luto oficial. Estima-se que entre dez e doze mil pessoas acompanharam seu sepultamento.

A Casa de Recuperação Dona Zulmira funciona até hoje, na cidade de Governador Valadares-MG, no mesmo local.

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