Mário Jorge Lobo Zagallo

(Valter Campanato – Agência Brasil)

Mário Jorge Lobo Zagallo nasceu em Atalaia-AL a 9 de agosto de 1931. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos oito meses de idade, indo morar na Tijuca.


Ao lado do eterno Capita Carlos Alberto Torres, Zagallo posa com a Taça Jules Rimet na chegada ao Brasil, após o tricampeonato da Seleção em 1970 (IFFHS)

Descobriu rapidamente no bairro sua maior paixão: o futebol. Nas peladas de rua, Zagallo, como já era chamado àquele tempo, era temido pelos seus adversários. Integrou o time do Ameriquinha, que fazia memoráveis duelos com o Cruz de Malta, outro time da região. Zagallo diz, inclusive, que pisou no maior templo do futebol quando ele nem existia: “Eu jogava pelada onde o Maracanã foi construído. Vi aquele mundo surgir do nada. Tive o privilégio de entrar no Maracanã enquanto ele nascia.”

Morando na Rua Professor Gabizo, nas cercanias da Praça Afonso Pena, a aproximação com o America Football Club, nosso querido Mequinha, foi inevitável. Ingressou nos juvenis do clube em 1948.

Ainda nas categorias de base se transferiu para o Flamengo, em 1950. Foi convocado para o Exército nesta época e esteve de serviço na final da Copa de 1950, no Maracanã. Assistiu, fardado, à fatídica partida entre Brasil e Uruguai: “Eu estava de verde oliva, capacete, botina, tudo que tinha direito. Tive a felicidade, quer dizer a infelicidade, de ver o Brasil perder a Copa. Mas foi uma alegria imensa ver o Maracanã superlotado, transbordando com 200 mil pessoas. Uma emoção o momento do hino, a torcida com lencinhos brancos, um visual fantástico.”

Depois do tricampeonato estadual (1953-55) pelo Flamengo, transferiu-se por passe livre (primeiro jogador a conseguir o benefício) para o Botafogo, onde sagrou-se bicampeão em 1961-62.

Sua trajetória na Seleção Brasileira começa na Copa de 1958, na Suécia. O Formiguinha (apelido que recebeu pelo fato de correr o campo todo) não estava cotado para ser integrar a lista final dos 22 convocados. Porém justamente sua característica de “formiguinha” o fez cair nas graças do técnico Vicente Feola. Foi considerado um dos melhores jogadores na conquista do primeiro título mundial da Seleção.

Acompanhado de Pelé, Garrincha, Didi, Nillton Santos, entre outros craques, repetiu a dose em 1962, na Copa do Chile. Nas palavras de Zagallo, o time de 62 “era um time desgastado, mas foi campeão porque era uma equipe experiente.”

Zagallo encerrou a carreira de jogador em 1964 e, logo em seguida, foi chamado para ser técnico do juvenil do Botafogo. A trajetória como técnico seria tão ou mais gloriosa do que a performance dentro de campo. Após a conquista da Taça Brasil de 68 pelo clube, tendo treinado jogadores como Gerson, Jairzinho e Paulo Cesar Caju no time principal, foi convidado para assumir a Seleção Brasileira, em 1969, no lugar de João Saldanha. O tricampeonato em 1970 provou que ele estava certo ao juntar, do meio-campo para frente, craques típicos de um time dos sonhos: Clodoaldo, Gerson, Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino.

Depois de 24 anos, foi coordenador técnico de Carlos Alberto Parreira na seleção na Copa dos Estados Unidos, em 1994, onde conquistou o tetracampeonato mundial (tanto seu como da Seleção).

Zagallo retorna ao comando da Seleção em 1998, na Copa da França, onde novamente foi o treinador principal (sua terceira passagem).

Além destes trabalhos, o Velho Lobo também treinou equipes como Fluminense, Al Hilal (Arábia Saudita), Vasco, Bangu, e as seleções do Kuwait, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. Zagallo encerrou sua carreira de técnico em 2001, conquistando o tricampeonato estadual pleo Flamengo.

Famosa superstição de Zagallo, o número 13 entrou em sua vida através de sua esposa, Dona Alcina de Castro (falecida em 2012), ferrenha devota de Santo Antônio.

O Velho Lobo é considerado o mais ferrenho defensor da nossa Seleção Brasileira e a pessoa mais vitoriosa na história da Amarelinha.

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