Aldir Blanc

(Divulgação)

Aldir Blanc Mendes nasceu no bairro do Estácio, Rio de Janeiro, em 2 de setembro de 1946. Ainda na infância s muda para Vila Isabel e, posteriormente, vai para o Largo da Segunda-Feira. Hoje reside na região da Muda.

É um notável compositor, escritor e médico por formação. Sim, médico. Ingressou na Faculdade de Medicina em 1966, se especializando em Psiquiatria, porém abandonou a profissão em 1973 para dedicar-se exclusivamente à música.

Com o grande parceiro João Bosco (Domínio público)

Aldir inicia seu interesse pela música aos 18 anos, quando ganha de presente uma bateria. Percebe seu talento, se dedica, e logo forma o grupo Rio Bossa Trio. Conhece em 1968 seu parceiro Sílvio da Silva Júnior e, apenas dois anos mais tarde, a primeira composição da dupla, Amigo É pra Essas Coisas, é gravada pelo conjunto vocal MPB-4. Ainda em 1968 compõe, também com Sílvio, A noite, a maré e o amor, música classificada no III Festival Internacional da Canção.

Em paralelo, no mesmo período, junto a outros compositores como Ivan Lins, Gonzaguinha e Marco Aurélio, preocupa-se com a defesa dos direitos autorais para autores, compositores e letristas. Cria com estes o Movimento Artístico Universitário (MAU). Aldir também é um dos fundadores da Sociedade Musical Brasileira (Sombras) -responsável pela arrecadação de direitos autorais-, da Sociedade de Artistas e Compositores Independentes (Saci) e da Associação dos Músicos, Arranjadores e Regentes (Amar).

No início da década de 1970, sua canção Ela é gravada por Elis Regina. A cantora foi uma das maiores intérpretes de suas composições. Elis pode, inclusive, ser considerada a “mãe” da grande parceira entre Aldir Blanc e João Bosco. Depois desta música, a Pimentinha gravou mais 27 da dupla, dentre elas Bala com Bala, O Caçador de Esmeralda, Agnus Sei, Comadre, Cabaré, Dois pra Lá, Dois pra Cá, O Mestre-Sala dos Mares e, em absoluto destaque, o maior clássico da dupla, O Bêbado e a Equilibrista (1979), um hino do Brasil contra a ditadura e o exílio (citando o “irmão do Henfil“, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho).

O engenheiro João e o psiquiatra Aldir misturaram Minas Gerais e Rio de Janeiro com maestria. João Bosco tentou emplacar com Vinícius de Moraes, mas não decolou a parceria. Aldir compôs com Ivan Lins e Gonzaguinha – mas a cadência não encaixava. Apresentados por um amigo comum, finalmente encontraram a combinação perfeita.

A partir da década de 1980, outro parceiros ganham destaque na obra de Aldir. Dentre eles destacam-se o mestre Moacyr Luz e Maurício Tapajós. Mais adiante, precisamente em 1991, entra em inúmeras parcerias com o carioca Guinga.

Aldir Blanc tem em sua obra mais de 500 composições, interpretadas pelos maiores nomes de nossa música, como Elis Regina, Clara Nunes, Simone, Gilberto Gil, Chico Buarque, Edu Lobo, Nana Caymmi, Leila Pinheiro, Ivan Lins, Djavan, Paulinho da Viola, MPB-4 e Elizeth Cardoso.

Como escritor, publicou mais de dez livros, com destaque para Rua dos Artistas e Arredores: Crônicas (1978) e Porta de Tinturaria (1981).

Mais recluso nos dias de hoje, Aldir vive uma pacata vida em seu apartamento na Muda.

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